quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Acordei meio bipolar

" O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados." Luis Fernando Veríssimo

Concordo em tudo que contém nessa frase do Luis. Não porque eu gosto e admiro o Veríssimo e sua genialidade, mas porque essa frase tras a tona o sentimento confuso que me veio neste inicio de ano. Todas as viradas de ano que eu me lembro eu não vivia uma farsa, eu realmente acreditava e desejava um mundo melhor, mas o que ninguém pode negar ou fingir que não está vendo é que o mundo está ficando cada vez pior, egoísta, violento. E isso me deixava frustrada, já que esse ano, por exemplo, ele mal chegou na metade do mês e terríveis tragédias aconteceram. E a minha tendência como a de todo mundo é achar que o erro está no outro, ele é egoísta, ele é violento! Quando todos estamos esfriando e desvalorizando nós mesmos. Nossaaa isso está ficando mais dramático do que eu planejei... Mas na verdade onde eu quero chegar é uma idéia bem simples, de que hoje em dia nós estamos achando tudo normal e bonito... Não quero que me entendam como uma moralista conservadora ou pensem isso se quiser, mas o que percebo é que estamos nos usando da mesma maneira que se usa um descartável que tem destino certo depois do uso... Em outro texto do Veríssimo ele nos cutuca com a idéia de que não nos amamos mais como antes, parece que junto com a revolução científica retardamos ao passo de não conseguirmos mais sentimentos honestos e sinceros. Hoje não se ama, tem um "lance", namorar virou ficar que virou pegar e a última que tenho notícia é o tal do dar uns catos... sim do verbo "catar". Não é fácil conversar disso com qualquer um, mtos (os que são adeptos ao "catar") me dizem para abrir a mente, me perdoem prefiro ser tão retrogada quanto o Veríssimo, já que a vida morna mencionada no trecho acima é tão patética, sem sabor e intensidade que não vale a pena vive-la. Optei por uma vida diferente, mtos me críticam, mas nadar contra a corrente é cansativo, mas vale a pena e não te dá margem pra ser previsível como os demais. É bom acordar e perceber que ao se olhar no espelho, vc é o único que torna sua vida ruim,chata e infeliz. Parar de culpar o seu chefe, sua mãe, Deus por tudo que dá errado na sua vida é um começo... Se está dando errado, a culpa é sua. Simples assim. Só vc é capaz de fazer uma revolução pessoal e sair do morno, porque acredite morno é pior que frio, é estar em cima do muro, e como já disse um autor viver é tomar partido!! e como disse também um fabuloso autor ser morno é tão desprezível como o cachorro que come o próprio vômito. Ui essa foi dura, como a verdade sempre é: dura. Pensei em uma maneira mais amena pra terminar este texto. Não consegui. mas tem uma frase também do Veríssimo que termina bem esse texto (é eu tenho uma paixão platônica por ele)aí vai: "O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

2 comentários:

Marina disse...

Nooossa Jacke, que tapa na cara esse seu texto hein!?
gostei! =)

Lorena Natália disse...

Jacke...
tens razão!
Vou ler Veríssimo depois desse texto!^^
Beijos!