sábado, 28 de fevereiro de 2009

Família

- Viajar com a família não tem tanta graça quando a gente é grande! Você aproveita mais quando está com os amigos!
Na hora que meu primo comentou isso comigo concordei na mesma hora! Tive boas oportunidades de viajar com amigos e a liberdade é incrível... Mas nesta viajem que fiz para o nordeste onde encontrei não só esse primo, mas toda minha família por parte de pai, me faz pensar até quando esses laços permanecerão unidos!! Quando os mais velhos se forem os mais novos se preocuparão em estar juntos como família?
Algo que me emocionou muito nesta viajem foi ter conhecido uma irmã que eu nunca tive contato e meu sobrinho que é tão incrivelmente educado, que começo a desconfiar que ele não é uma criança.. E sim um anão tentando me enganar! Foram momentos tão curtos, mas amei eles desde o primeiro segundo. Como é possível amar alguém que você nunca viu, tão rapidamente? Me pergunto diaramente sobre isso! Depois fomos para casa de uma tia que é uma senhora de muitoos anos e que mora sozinha... Pense em uma pessoa que gosta de conversar, que gosta MUITO de conversar o tempo todo, todo dia sem intervalos.. rsrs Tia Luíza é a resposta certa. Além de ouvir as mesmas histórias sobre dores no dedinho do pé, sobre as peraltices de seu cachorro Nino há 18 anos, tenho que assistir toda vez que ela me vê um choro doído. Antes me incomodava, hoje até gosto! Muitos acham que eu sou a cara com todos os detalhes de minha vó Glória que morrera com apenas 22 anos.. Tia Luíza sofreu muito com a morte de sua irmã e aí quando ela me vê... Desata em lágrimas.
- Meu deus! Ela é Glorinha todaaa!! Olha a boca, você viu a boca dela? É igual!!
Um tio sem memória, que não reconhece ninguém, um tio falido que mora numa casa tão suja que tem teia de aranha com mais de metro, uma tia que fugiu de casa porque não aguentou mais conviver com um filho drogado, mas que voltou e têm histórias incríveis desta aventura perigosa, uma tia que não queria e nem podia ter filhos, mas teve 8, tios que estão se divorciando, tios que chegaram em uma idade que eu espero chegar com tamanha disposição um dia. Uma coisa que eu sempre tive orgulho de dizer é que eu nunca desde que nasci perdi alguém da família, nunca chorei por ente querido. Depois dessa viajem que eu vi o quão frágil estão as relações familiares me pergunto se no dia em que eu não tiver mais tios, ou uma família para visitar se eu estarei mais feliz por estar rodeada de amigos. Se a amizade um dia conseguirá substituir ou cuidar das feridas de um sangue do meu sangue que se vai. Espero que sim. Mas deixo a dica que família por pior que seja é sempre família, faz parte de sua história e da história que irá ser contada para seus filhos. Dedico esse calor que eu to sentido por dentro ao escrever este texto, a minha vó Glorinha que se fora jovem, mas que amei sem nem vê-la ou ouvi-la.

3 comentários:

XVI disse...

Idêeeeeeentica a minha.
Na verdade, acho que é um mal de todas.

SOL disse...

Que texto lindo!
Tenha certeza que o calor que você sentiu ao escrever transcendeu.
Esquentou minha alma e certamente tua avó, Glorinha.

Gaby disse...

Jacke! q texto lindo!